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terça-feira, 9 de março de 2010

Pensamentos soltos..

Enquanto assistia a chuva molhar as plantas do jardim, bem baixinho, de maneira que só ela pôde ouvir, pediu socorro porque já não sabia o que sentia. Mas, diferente da falta de vontade de rir ou da ausência do amor e da dor, ela os percebia invadindo seu peito, sufocando-a a ponto de não saber diferenciá-los e não ter controle sobre eles. Muitos reclamam pela ausência de sentimentos, ela era pela abundância. Pensava que sentimento é bom, mas não quando te deixa sem saber o que definitivamente é, porque o que sentia ultimamente não podia ser classificado como nada.

Aproveitando-se da onipotência da juventude, ela queria liberdade, ser dona do nariz, ter mais astúcia. Mas, insegura como uma criança que tenta dar seu primeiro passo, tem medo, saudade e vontade de chorar. Quer o colo de mãe, de pai, de namorado, mas quer ser adulta, precisa ser. Ela acredita que chega uma idade em que as garotas precisam ter maturidade e mostrar que cresceu. Mas o principal é provar para aqueles que a enxergam como uma criança que ela mudou e é capaz de dar rumo à sua vida.

Percebeu que basta um estalar de dedos, uma palavra de carinho para que se passe da angústia à gargalhada. Mas nem sempre isso é encontrado. Quem está perto nem sempre tem a sensibilidade e acaba discutindo mais. A sensibilidade alheia é tão insensível, ela concluiu. Não conseguem ver que por trás daquela careta de emburrada tem um coração que vai à boca na tentativa de se desprender sentimento que a amarra e faz seus olhos marejarem.

Ela quer tudo e quer agora. Viajar, fazer amigos, trabalhar, ter sucesso profissional. Diante de tantas controvérsias, como querer que alguém a entenda, se nem ao menos ela se entende?

Mariana levantou da cadeira onde olhava o jardim e saiu pensando que talvez fosse fase, nostalgia, Crescimento ,ou, até mesmo, birra de criancinha mimada que brinca de ser gente grande.

por Manuela Cal